O que compreende o AGRO?
O prefixo "agro" está ligado ao termo "agronegócio", que compreende a integração de atividades desde a oferta de insumos às fazendas de produção até a entrega dos produtos aos consumidores finais. Envolve empresas fornecedoras de insumos agrícolas, as operações nas fazendas dedicadas à produção de diversos produtos, principalmente alimentos e energia, e atividades industriais, distribuição e serviços pós-produção. Isso abrange uma ampla gama de setores, como alimentos, fibras, energia, entre outros, e serviços como transporte, armazenamento, certificação, financiamento e consultoria
Os gases do efeito estufa possuem carbono em sua molécula
O carbono presente na atmosfera se encontra na forma de gases, como o dióxido de carbono (CO2) e o gás metano (CH4) que, se liberados em excesso causam aceleração do efeito estufa. O CO2 e o CH4 absorvem a radiação infravermelha emitida pela superfície da Terra, impedindo parte dela de escapar para o espaço. Esse processo aquece a atmosfera e a superfície do planeta, causando alterações climáticas.
O agro é responsável por grande parte da emissão de gases do efeito estufa
Dados mostram que as cadeias de produção e distribuição de alimentos foram responsáveis, em 2021, por 1,8 bilhão de toneladas de gases do efeito estufa do país, ou 73,7% de tudo que o Brasil emitiu naquele ano, sendo a maior parte vindo não da produção de alimentos em si, mas do desmatamento para conversão de vegetação nativa em lavouras e pastos.
Quais alternativas o agronegócio tem para diminuir a utilização de carbono?
Reduzir a dependência do agronegócio em relação ao carbono implica em adotar práticas e estratégias que minimizem as emissões de carbono, promovam a sequestro de carbono e melhorem a eficiência dos sistemas agrícolas. Existem algumas práticas sustentáveis já bem estabelecidas para sanar as questões relacionadas ao carbono e outras que estão começando a ter importância dentro do agronegócio, como a utilização de algas e seus produtos.
Práticas agrícolas sustentáveis como plantio direto, que preserva a matéria orgânica existente e ajuda a manter o carbono no solo; integração de árvores e arbustos com culturas agrícolas e/ou pastagens para melhorar a eficiência produtiva e sequestrar gás carbônico; rotação de culturas e a diversificação de espécies cultivadas que podem melhorar a resiliência dos sistemas agrícolas, reduzindo a dependência de carbono em monoculturas intensivas, são exemplos de práticas sustentáveis já bem estabelecidas.
Novas práticas estão ganhando destaque e sendo aprimoradas para fortalecer a sustentabilidade no agronegócio. Um exemplo notável é a crescente consideração das macroalgas como uma alternativa ecologicamente sustentável. O cultivo de macroalgas apresenta um impacto ambiental inferior ao da pecuária ou da agricultura tradicional, pois as algas não requerem irrigação, pesticidas ou fertilizantes. Além disso, as macroalgas contribuem com o sequestro de carbono atmosférico.
As algas podem ser uma alternativa ao uso de plástico convencional, sendo importante lembrar que as emissões de carbono provenientes dos resíduos plásticos não se limitam exclusivamente à fase de fabricação, mas também a sua decomposição que resulta na liberação de gases tóxicos de efeito estufa. Como as algas crescem muito rápido e não competem diretamente com a produção de alimentos, elas tornam-se uma ótima fonte renovável para a produção de bioplásticos.
Além disso, as algas estão emergindo como uma alternativa promissora para substituir fertilizantes sintéticos na agricultura e, ao optar por biofertilizantes como fonte de nutrientes, os agricultores podem reduzir a dependência dos fertilizantes sintéticos, diminuindo assim os impactos ambientais associados à produção, transporte e aplicação desses produtos químicos, ademais, o uso de algas como biofertilizante melhora o desempenho vegetal graças aos seus componentes bioquímicos.
Por último, algas vêm sendo estudadas e como suplemento em ração para diminuir as emissões de metano pelos bovinos, lembrando que a agropecuária é um dos responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa no planeta. Pesquisas mostraram que o uso de alga nas rações reduz a quantidade de metano que o animal emite em mais de 90%.
Diante desse contexto, o agronegócio possui alternativas para reduzir sua dependência e sua emissão de carbono. Com a adoção crescente dessas medidas, o agronegócio pode não apenas melhorar sua eficiência, mas também contribuir para a atenuar as mudanças climáticas e intensificar a preservação ambiental.
Conteúdo e redação por:
Mariana Soares
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